Com a chegada do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) aumenta-se a procura por material de estudo, e é hora de relembrar o conteúdo sobre a República Velha no Brasil.
A República Velha, ou Primeira República, é o nome dado ao período compreendido entre a Proclamação da República, em 1889, e a eclosão da Revolução de 1930.
Geralmente, divide-se o período em dois momentos: a República Oligárquica e a República da Espada.
A República oligárquica durou cerca de 40 anos, e tem esse nome devido a disposição do poder na época onde ele se concentrava nas mãos de uma pequena parcela da população. O nome oligarquia vem do grego e significa poder nas mãos de poucos, no caso do Brasil ele se mantivera com latifundiários, cafeicultores e pessoas ricas de São Paulo e Minas Gerais.
O período ficou marcado pelo domínio político que São Paulo (cafeeiro), e Minas Gerais (elite rural), exerciam sobre o governo federal, que ficou conhecido posteriormente como política do café com leite. Nessa época que se desenvolveu fortemente o coronelismo, o que auxiliou na manutenção do poder político regional.
Outro marco para a época foi a queda no volume de exportação do café em São Paulo, e com as riquezas que a prática acumulou, pôde-se dar início ao tardio processo de industrialização brasileira.
A República da Espada abrange os governos dos marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto. Para começar a falar da república da espada é importante lembrar do “golpe de 15 de novembro” de 1889, onde D. Pedro II fora retirado do seu trono por militares, e depois fora instalada a república, e o poder passou a ser disputado por três principais grupos: os positivistas que têm ideais centralizadores, os Jacobinos, que com ideais mais populares compõem grupos urbanos e intelectuais e os Liberais que buscam pela descentralização do poder, e favorecem o federalismo.
Seguem abaixo questões de vestibulares passados, para auxilia-los nos estudos:
Questão 1:
(VUNESP) Na Primeira República (1889-1930) houve a reprodução de muitos aspectos da estrutura econômica e social constituída nos séculos anteriores. Noutros termos, no final do século XIX e início do XX conviveram, simultaneamente, transformações e permanências históricas. (Francisco de Oliveira. Herança econômica do Segundo Império, 1985.)
O texto sustenta que a Primeira República brasileira foi caracterizada por permanências e mudanças históricas. De maneira geral, o período republicano, iniciado em 1889 e que se estendeu até 1930, foi caracterizado:
a) pela predominância dos interesses dos industriais, com a exportação de bens duráveis e de capital.
b) por conflitos no campo, com o avanço do movimento de reforma agrária liderado pelos antigos monarquistas.
c) pelo poder político da oligarquia rural e pela economia de exportação de produtos primários.
d) pela instituição de uma democracia socialista graças à pressão exercida pelos operários anarquistas.
e) pelo planejamento econômico feito pelo Estado, que protegia os preços dos produtos manufaturados.
Questão 2:
O primeiro presidente eleito da chamada “Nova República”, por meio das eleições diretas de 1989, foi Fernando Collor de Melo. Sobre o governo Collor, é incorreto dizer que:
a) foi interrompido por um processo de impeachment, em 1992.
b) teve como vice-presidente da República Itamar Franco.
c) deu início ao Plano Real, que criou a moeda de mesmo nome.
d) ficou marcado, no plano econômico, pelo confisco das poupanças dos brasileiros.
e) o movimento popular que contribuiu para o seu fim chamava-se “Caras pintadas”.
Questão 3
(ENEM 2011) É difícil encontrar um texto sobre a Proclamação da República no Brasil que não cite a afirmação de Aristides Lobo, no Diário Popular de São Paulo, de que “o povo assistiu àquilo bestializado”. Essa versão foi relida pelos enaltecedores da Revolução de 1930, que não descuidaram da forma republicana, mas realçaram a exclusão social, o militarismo e o estrangeirismo da fórmula implantada em 1889. Isto porque o Brasil brasileiro teria nascido em 1930
MELLO, M. T. C. A república consentida: cultura democrática e científica no final do Império.
Rio de Janeiro: FGV, 2007 (adaptado).
O texto defende que a consolidação de uma determinada memória sobre a Proclamação da República no Brasil teve, na Revolução de 1930, um de seus momentos mais importantes. Os defensores da Revolução de 1930 procuraram construir uma visão negativa para os eventos de 1889, porque esta era uma maneira
a) valorizar as propostas políticas democráticas e liberais vitoriosas.
b)resgatar simbolicamente as figuras políticas ligadas à Monarquia.
c) criticar a política educacional adotada durante a República Velha.
d) legitimar a ordem política inaugurada com a chegada desse grupo ao poder.
e)destacar a ampla participação popular obtida no processo da Proclamação.
GABARITO:
Questão 1-
Letra C
Na Primeira República, também chamada de República Velha, a principal atividade econômica era a produção de produtos primários, principalmente agrícolas, como o café. Apesar de a industria, nessa época, ter tido um espaço considerável, a economia ainda era eminentemente agrária. Do ponto de vista político, o poder estava concentrado nas mãos de uma elite oligárquica rural, que se alternava no poder por meio de métodos eleitorais escusos, como o voto aberto.
Questão 2-
Letra C
O Plano Real foi iniciado pelo sucessor de Collor, o presidente Itamar Franco, que, sendo vice do primeiro, assumiu o posto quando Collor sofreu o processo de impeachment. O plano foi elaborado por um grupo de economistas, entre eles Gustavo Franco, e pelo então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso.
Questão 3-
Letra D
Ao colocar fim a Primeira República, a Revolução de 1930 além de representar a insatisfação de grupos oligárquicos dissidentes – principalmente dos estados de Minas Gerais e Rio Grande do Sul – pretendia obter o apoio de classes que estavam gradativamente mais presentes em uma sociedade cada vez mais urbanizada, estes eram os proletariados e a classe média (representados principalmente pelo tenentismo). Sendo assim, ao chegar ao poder Getúlio Vargas; iniciando neste período a Era Vargas; busca criticar e desqualificar todo o período caracterizado como República Velha, para legitimar nova ordem política e buscar adesão desses novos segmentos da sociedade.