A intelectualidade brasileira organizou, em 1922, em São Paulo, a Semana de Arte Moderna. Essa semana contribuiu para que a arte brasileira ganhasse características próprias, mostrando cenas típicas da paisagem e do povo brasileiro. Assim, enquanto Cândido Portinari pintava os retirantes da seca, Di Cavalcanti retratava as mulatas brasileiras e Tarsila do Amaral mostra os rostos da classe operária em frente às chaminés da grande indústria.
Foi também um movimento político que contestava o velho governo e as antigas regras que predominaram até os anos 1920, contribuindo para reforçar o sentimento de crítica à omissão do Estado na solução dos problemas nacionais e de urgência de transformações na sociedade.
Essa semana finalmente rompeu com velhas fórmulas a que todos estavam acostumados, modificando a linguagem, as formas de expressão visual, o gosto musical e contestando todas as regras existentes. O poeta Oswaldo de Andrade, por exemplo, recusava-se a usar a linguagem pomposa, apreciada pela elite, adotando uma linguagem simples, cheia de gírias e expressões populares, como podemos ver neste poema:
Relicário
No baile da corte
Foi o conde d’Eu quem disse
Pra Dona Benvinda
Que farinha de Suruí
Pinga de Parati
Fumo de Baependi
É comê bebê pitá e caí.
Suruí: farinha de mesa.
Parati: um peixe semelhante, a tainha aprox. 30 cm, corpo prateado com dorso escuro.
Baependi: Origem tupi, clareira na mata marginal do Rio Grande, por onde passavam os descobridores. (Cidade do sul de minas).
Para finalizar, temos a imagem a seguir, de Anita Malfatti, uma das artistas que expôs seus trabalhos na semana de Arte Moderna, totalizando 20 telas, na qual se destaca “O Homem Amarelo”.
Fontes:
http://profhugoleonardo.blogspot.com.br/2012/10/a-semana-de-arte-moderna-o-brasil-como.html
https://www.todamateria.com.br/anita-malfatti/